Uma jovem senhora, de 81 anos, que considera estar engatinhando na pintura. Essa é Dorva Santin, autora das 11 telas que estão em exposição no 3º piso (em frente ao cinema), do Bella Città Shopping, até o dia 05 de dezembro. A exposição de quadros "Oitenta e Muitos" apresenta quadros próprios e releituras das obras de Tarsila do Amaral.
Dorva nasceu em Catanduvas, Santa Catarina. Mudou-se para Erechim ainda pequena, cidade onde reside há mais de 70 anos. A busca constante por novos desafios é uma de suas principais características. Na década de 90, Dorva colocou uma nova meta em sua vida: pintar. De autoria própria ou estudos de telas de pintores famosos, como Picasso e Tarsila do Amaral, seus quadros são marcadas pela sensibilidade, expressividade e colorido. “Senti inspiração para pintar parecido com Tarsila, mas confesso que ainda tenho muito a aprender. Aos 81 anos considero estar engatinhando na pintura. A gente nunca deve deixar de sonhar e de fazer o que gosta” comenta Dorva.
A exposição de quadros “Oitenta e Muitos”, é uma homenagem de seus famíliares, pelos seus oitenta anos e muitos exemplos, pelas oitenta e muita dedicação a comunidade e pelos oitenta e poucos anos dessa artista, que colore a vida de quem a conhece. Dorva já pintou mais de 50 telas, todas bem coloridas e alegres. Trabalhou no comércio de Erechim e na empresa de eletrificações da família. Hoje se dedica a pintura e é voluntária em causas socias.
Conheça um pouco da história da arte brasileira:
Tarsila do Amaral foi um dos principais nomes do movimento modernista. Ela pintou o Brasil, desrespeitou normas clássicas da pintura tradicional e encheu suas telas de cores. Tarsila conseguiu traduzir em cores vibrantes todas as sombras de um país. Nasceu em 1º de setembro de 1886, em Capivari, São Paulo. Em 30 de outubro de 1926, casou-se com Oswald de Andrade, escritor modernista. Tarsila do Amaral morreu no dia 17 de janeiro de 1973, em São Paulo.
A obra Abaporu é o quadro mais importante já produzido no Brasil. A autora Tarsila do Amaral o pintou para dar de presente para o seu marido, o escritor Oswald de Andrade. Quando ele viu a tela, assustou-se e chamou seu amigo, o também escritor Raul Bopp. Ficaram olhando aquela figura estranha e acharam que ela representava algo de excepcional. Tarsila lembrou-se então de seu dicionário tupi-guarani e batizaram o quadro como Abaporu (o homem que come). Foi aí que Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e criaram o Movimento Antropofágico, com a intenção de "deglutir" a cultura européia e transformá-la em algo bem brasileiro. O "Abaporu" foi a tela mais cara vendida até hoje no Brasil, alcançando o valor de US$1.500.00. Foi comprada pelo colecionador argentino Eduardo Costantini.
